terça-feira, 19 de junho de 2012

Itajaí, um presente do passado


O rio que deu nome à cidade e margeia o centro histórico de Itajaí é o principal protagonista de toda a nossa história. Não foi por acaso que as primeiras casas foram construídas às suas margens, mas nem todos conhecem a história da nossa cidade e por isso não valorizam o palco desses acontecimentos.
Muitas vezes ouvimos dizer que Itajaí não possui construções de grande relevância, mas o que os nossos antepassados nos legaram é importante para identificar nossa vocação para tornar este lugar um espaço de atividades voltadas para a pesca e para o escoamento das nossas riquezas através do porto natural que o rio oferecia. Por que então, não conhecer a história e os personagens, que fizeram de Itajaí esta cidade encantadora, que a natureza pródiga e exuberante nos agraciou?
È hora de tornarmos conhecida nossa história começando a fazer disso um valor real da cidade. Um rio é um meio de valorização e enriquecimento do espaço, mas insistimos em dar as costas a esta paisagem que é fonte do nosso desenvolvimento. Estamos tão acostumados com a sua presença que nem vemos mais a sua beleza e todo o seu potencial.
O principal problema deste descaso é a falta de conhecimento da história. Não fosse a iniciativa de personagens como os irmãos Pereira Liberato, Guilherme Asseburg, Nicolau Malburg, Konder, Agostinha Alves Ramos não teríamos um porto com o potencial que temos hoje. Não podemos esquecer nossas origens de peixeiros e de embarcados, que se empenharam nos trabalhos, produzindo riquezas para a cidade. Não podemos esquecer da mão de obra dos construtores e dos estivadores do porto, trabalhando para o desenvolvimento econômico. Tudo isso deve ser lembrado para preservar o nosso patrimônio histórico. Para tanto, é preciso dar bom uso, qualificar espaços, dar qualidade de vida aos habitantes.

Pensando assim, uma das principais preocupações para garantir nossa identidade é a revitalização do núcleo original de Itajaí, valorizando esta área, recriando espaços de convívio dos itajaienses onde se respire a história olhando as casas preservadas e ambientadas para atrair os usuários e o rio que beira este espaço.
Uma das propostas para a preservação desse espaço é o plano diretor onde, por meio de parâmetros possa inibir a construção de prédios com gabarito alto e também evitar a demolição de construção histórica.
Nosso centro histórico ainda não é valorizado. As edificações, na sua maioria, estão abandonadas ou encobertas por placas identificando o empreendimento nas fachadas, inibindo a apreciação do estilo arquitetônico. É através da diferenciação destas construções que podemos nos destacar, qualificando estes espaços onde a vida cultural e de lazer sejam atrativos para os cidadãos e para o turista que nos visita.
É lamentável que nossos governantes não valorizem este espaço como atrativo turístico cultural e que vários empresários não se empenham em preservar nosso patrimônio histórico. Temos ouvido comentários que o custo de uma restauração é elevado e que proprietários desses imóveis não podem arcar com tamanha despesa, levando a administração a desprezar esta riqueza que compõe a nossa história. Por sua vez, os órgãos responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio ainda não se empenharam em fazer esclarecimentos sobre o valor desse patrimônio, oferecendo alternativas que estimulem o proprietário a restaurar a construção considerada importante para a nossa história. O processo de tombamento é sisudo e não oferece uma proposta conciliatória de aceitação.



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