Quem é Tarsila do Amaral

Uma das mais importantes pintoras brasileiras do movimento modernista, Tarsila do Amaral nasceu naFazenda São Bernardo, em Capivari, interior de São Paulo, em 1º de setembro de 1886. Filha e neta de grandes fazendeiros, ela passou sua infância na fazenda e foi educada conforme os costumes da época. Teve como sua primeira professora uma belga que lhe ensinou a ler, escrever, bordar e falar francês. Estudou em São Paulo e depois em Barcelona, na Espanha. 

Desde jovem, Tarsila demonstrou muito interesse pelas artes plásticas, mas somente na idade adulta começou a aprender técnicas de pintura com o professor e pintor Pedro Alexandrino Borges. Em 1920 foi estudar em Paris. Em 1922, participou do Salão Oficial dos Artistas da França, utilizando em suas obras as técnicas do cubismo.
Nessa ocasião ficou sabendo da Semana de Arte Moderna através de cartas da amiga Anita Malfatti.

Voltando ao Brasil naquele mesmo ano, passou a integrar o “Grupo dos Cinco”, a convite de Anita, o grupo mais importante da Semana de Arte Moderna de 1922, juntamente com Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, que agitaram culturalmente São Paulo com reuniões, festas e conferências.

Voltando a Paris, ela estudou com o mestre cubista Fernand Léger e pintou em seu ateliê, a tela “A Negra”. A figura da Negra tinha muita ligação com sua infância, pois essas negras eram filhas de escravos que tomavam conta das crianças e, algumas vezes, serviam até de amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a história da arte moderna brasileira, precursora do movimento antropofágico que aconteceu em 1928.

Em janeiro desse ano Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade e pintou o “Abaporu”, nome em tupi guarani que significa um antropófago, homem que come carne humana (aba - homem, poru – carne) que deu origem ao movimento Antropofágico. Oswald de Andrade viu o quadro e ficou impressionado, dizendo que era o melhor quadro que Tarsila já havia feito.

Um acoplamento de “A negra” com o “Abaporu” deu lugar, em 1929, à tela “Antropofagia”, fusão harmoniosa das duas figuras e no fundo numa projeção da flora tarsiliana, conhecida até então somente em desenhos da artista. Em 1929 Tarsila fez sua primeira Exposição Individual no Brasil e a crítica dividiu-se, pois muitas pessoas ainda não entendiam sua arte.

Esta figura a “Antropofagia”, simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro.

Tarsila disse que foi em Minas que ela viu as cores que gostava desde sua infância, mas que seus mestres diziam que eram caipiras e ela não devia usar em seus quadros. “Mas depois, disse ela, vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas,...” E essas cores tornaram-se a marca da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora e folclore.

A artista disse também, que o Abaporu era uma imagem do seu inconsciente, e tinha a ver com as estórias de monstros que comiam gente que as negras contavam para ela em sua infância.

Por ser considerada uma das maiores artistas plásticas brasileiras de todos os tempos, Tarsila do Amaral foi o nome escolhido para o Edifício que está sendo construído na Avenida Sete de Setembro, já que empresa construtora usa o nome de artistas famosos para nomear seus projetos.